segunda-feira, 11 de maio de 2009

Toda

Toda poesia é uma biografia, de você e de mim até aquele minuto. Até aquele segundo em que sou pecador, e te confessando meus erros me perdôo, rezo algumas ave-marias e tudo virou santo. Virou picadinho de pecado na página agora escrita.
Assim será como sempre foi e eu distraída não sabia. Agora sei, gosto de ser poesia. Aqueles que vierem me visitar e comer dos meus biscoitos com chá, sentirão o gosto tosco e irregular da sorte. Do destino. Sem tino. E com sino a badalar abrirei a porta. Melhor, pulem a janela. Vim a vida para dançar. Entre no meu tino, no meu sino, suba pela minha trança. Nada vai se quebrar. Aqui já é tudo em picadinho do pecado mas não do pecador. Da dor e não do grito. Dilui em letras que se abraçam a saudade dos que passam.
Não há apresentação entre nós, há um espetáculo que entregue sem ironia os bons e os maus. Todos santos em oração. Virei aqui cultuar a vida e ainda talvez a partida.