Instrução é que é compaixão.
Só quem ensina a ser melhor está admitindo a concorrência.
A flor e o amor é que são resistência.
Um carinho e uma nota musical é que são arte.
A música sem o ouvido perde seu sentido de existência.
O beijo sem a outra boca não é o beijo.
Só a troca soma.
Eu vou te dar, você vai me dar.
Nós teremos.
Teremos uma noite de amor, uma lembrança para vida, dois pés sob um mesmo cobertor.
A gota é que é oceano.
Não há correnteza sem a força do acordo.
Não há cura sem a dúvida.
É o tropeço quem te mostra que você pode voar.
Sim, há humor sem ardor quando o riso é de aceitação.
Aceita que é possível ser melhor, não sinta dó.
sexta-feira, 11 de setembro de 2015
quarta-feira, 13 de maio de 2015
É que a magia se dá na vida. Não é sobrenatural. Fazer alguém descobrir a sua carta na manga é uma ilusão combinada, em que todos concordam em rir da piada e se enganar a troco da atenção na multidão. Há coelho na cartola de quem não nega a mentira. Faz parte da vida, essa escolha por ser enganado. Isso não é ruim, deram um outro nome: magia. E o mais gostoso, é que a gente acredita. Então é preciso separar. Qual o valor do ingresso que vc pagaria só para ter magia e não poder fotografar. Comentar o espetáculo por 3 semanas e depois pouco lembrar. No começo de todo show os celulares serão desligados, as fotos proibidas e o beijo no artista muito requisitado vai te colocar em competição. Afinal, o concreto mesmo tem menos maquiagem, menos ensaio e mais verdade. Quanto vc pagaria por uma noite de magia?
quarta-feira, 16 de novembro de 2011
Arrumar a casa
Eu estava bebendo discurso. Depois de achar que aquele amor fosse minha razão e estivesse dando vida ao meu corpo eu descobri que era hidrogênio, tem muito por aí e a gente não sabe bem para que serve, era discurso, era palavra. Isso é simples e pode ser complexo, depende muito da generosidade de quem dá. Mas me deixa explicar, discurso é a mais hipócrita das palavras. Ele nem é conselho de quem se redime, e nem esperança de quem acredita. Discurso é alimento para quem fala, é ego de quem replica. Custou caro entender que havia pouco valor em quem tanto me dizia, custou a minha falência e estou pedindo meus três dias. Antes de ressuscitar vou ter que lavar, ser chorada minha morte, e ainda manchar um lençol com meu rosto tentando que lembrem quem era eu, para só três dias depois eu voltar. Voltar bem diferente mas com a mesma vontade de acertar. Se me perdi no caminho, e me pesaram as culpas está na hora de recomeçar.
Aprender a conviver com o desespero e absorver o que mais se pareça comigo, com a parte boa de mim, a que quero viver.
quarta-feira, 27 de julho de 2011
Coral
Algumas vozes soavam juntas e era bonito de ouvir. Mas mesmo assim cada um tinha um livro para dizer, e uma cachoeira para descer. Diferente, e tão igual que todos assistiam a mesma novela, e achavam que ali era a história do seu amor, sem notar que ao vivo é mais encantador e incerto. Não dá para cantar o próximo verso por que a diferença dos seus netos vem da mesma fonte, e passam cada um por uma ponte e eu quero escutar.
Ouvir nota por nota sem tentar fazer de tudo uma só massa, prefiro as saladas em que cada sabor permanece e se aquece. Um áspero de maçã, correndo o risco de se envolver com a folia de uma laranja. A delicadeza da pera envolvida na saudade que dá o gosto de seriguela. Prefiro a salada e a queda. Aceito a diferença e o encaixe do tempo, em que sabores gostosos se descobrem mais amenos para se juntar.
Outras mulheres podem ser e são mais encorpadas e sorridentes do que eu, mas eu guardo uma cachoeira e uma nota que só sai da minha garganta e que nunca quis ser santa.
terça-feira, 5 de julho de 2011
Se for costurar, use um dedal.
Coisas com poeira devem sim ficar no fundo do baú.
A boneca de pano da sua infância é da sua infância, então deixa lá.
Não traga para o frio do sul, aquele biquini que voce usou no último verão.
Se o Sol é do verão deixa lá.
Têm casais que não ficam bem na foto, então não eternize pintando a oléo.
Faça um rabisco, o teste faz bem.
Se entender que não deu certo, guarde no baú velho e pegue só para lembrar.
Não vale a pena forçar, vale a pena fortalecer. Aprenda com o tropeço, guarde a pedra para lembrar. Mas nunca deixe ela no mesmo lugar, um dia voce esquece que ela está lá e tem o poder de ti ferir.
Prefira guardar agora enquanto um antiquário pode querer vender e seus netos vão querer ouvir.
Se demorar de guardar pode simplesmente perder o valor e ter que ser jogado fora.
A boneca de pano da sua infância é da sua infância, então deixa lá.
Não traga para o frio do sul, aquele biquini que voce usou no último verão.
Se o Sol é do verão deixa lá.
Têm casais que não ficam bem na foto, então não eternize pintando a oléo.
Faça um rabisco, o teste faz bem.
Se entender que não deu certo, guarde no baú velho e pegue só para lembrar.
Não vale a pena forçar, vale a pena fortalecer. Aprenda com o tropeço, guarde a pedra para lembrar. Mas nunca deixe ela no mesmo lugar, um dia voce esquece que ela está lá e tem o poder de ti ferir.
Prefira guardar agora enquanto um antiquário pode querer vender e seus netos vão querer ouvir.
Se demorar de guardar pode simplesmente perder o valor e ter que ser jogado fora.
Sangra feito brasa porque meu sangue é negro e forte de senzala.
Aceito os cachos e o peso da mala, o mundo é meu lar e não preciso que me façam sala.
Sou da casa, entro pelos fundos e desço com elegância a escada.
Ser dama é efeito dominó que começa com a primeira fala.
Ainda ontem um moço alto e trabalhador me disse que falhou.
Ele disse que foi culpa dele mesmo, pelo menos não se desculpou.
Acho assim também, a culpa é de quem tem e não de quem dá.
Cada um compra onde quer comprar, e eu prefiro liquidação.
Roupa de marca muda de estação em estação e eu preciso vestir algo que me sirva no sol ou ao luar.
Não sei que hora volto, tampouco se pego ou solto.
Sei apenas que o prefácio do meu livro será escrito por minha mãe, e o índice pelo coração.
As notas de roda pé serão fruto da ocasião e o número de páginas tem limite na razão.
Sangra feito brasa porque é cor de quem fala, e não silêncio da solidão.
Aceito os cachos e o peso da mala, o mundo é meu lar e não preciso que me façam sala.
Sou da casa, entro pelos fundos e desço com elegância a escada.
Ser dama é efeito dominó que começa com a primeira fala.
Ainda ontem um moço alto e trabalhador me disse que falhou.
Ele disse que foi culpa dele mesmo, pelo menos não se desculpou.
Acho assim também, a culpa é de quem tem e não de quem dá.
Cada um compra onde quer comprar, e eu prefiro liquidação.
Roupa de marca muda de estação em estação e eu preciso vestir algo que me sirva no sol ou ao luar.
Não sei que hora volto, tampouco se pego ou solto.
Sei apenas que o prefácio do meu livro será escrito por minha mãe, e o índice pelo coração.
As notas de roda pé serão fruto da ocasião e o número de páginas tem limite na razão.
Sangra feito brasa porque é cor de quem fala, e não silêncio da solidão.
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