sexta-feira, 2 de outubro de 2009

16.07.08

Banalizou tristeza
Fui cantada na rua
Cantei no chuveiro,
e silenciei no sofrimento.
Cantei no palco
Fui cantada no cinema,
e silenciei na cena triste.
Não tenho culpa,
banalizou a tristeza.
Vendem a preço de banana a foto da saudade no jornal.
O troco fica pro menino no sinal
Estou juntando pra doer de uma vez minha tristeza.
E não banalizar também a lágrima.

quinta-feira, 1 de outubro de 2009

27.09.09

Sei que só a duras pena.
Mas ainda quero ser mulher apenas,
sem que sintam pena.
E que se for galinha me julguem os hipócritas como um ser humano pulando a cerca,
e não como a figura que pare chingando o filho.
Talvez como o bicho macho que rasga a mãe.
Eu que por natureza sou materna.
é bem quando abro as pernas que sou,
Sou externa
É bem quando nasce de mim que explodo,
Estou aberta.
Macho é bicho perdoado por ser bicho.
Quando se é mulher é condenada por ser chama,
Não chama, dama.
Não jogo, tabuleiro.
Não bunda, pandeiro.
Sou mulher do samba.
Essa batucada não me deixa bamba dos princípios.
Rebolar na vida não desvia a saga.
Dívida paga.
Sou a elegância no instinto de ser mulher.
Antes e depois do que o homem é, ou tenta ser.