quinta-feira, 1 de outubro de 2009

27.09.09

Sei que só a duras pena.
Mas ainda quero ser mulher apenas,
sem que sintam pena.
E que se for galinha me julguem os hipócritas como um ser humano pulando a cerca,
e não como a figura que pare chingando o filho.
Talvez como o bicho macho que rasga a mãe.
Eu que por natureza sou materna.
é bem quando abro as pernas que sou,
Sou externa
É bem quando nasce de mim que explodo,
Estou aberta.
Macho é bicho perdoado por ser bicho.
Quando se é mulher é condenada por ser chama,
Não chama, dama.
Não jogo, tabuleiro.
Não bunda, pandeiro.
Sou mulher do samba.
Essa batucada não me deixa bamba dos princípios.
Rebolar na vida não desvia a saga.
Dívida paga.
Sou a elegância no instinto de ser mulher.
Antes e depois do que o homem é, ou tenta ser.

2 comentários:

  1. Oi Lau
    Que poema bacana... muito intenso
    Como a própria mulher... e me remetou a algumas figuras do poema que fiz esta semana, mais o seu com ironia fina, gingado de quem fala o q sente,não teme!
    Treme a caneta... e nos tira o fôlego!
    Parabéns
    Carmen Ligia

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