Estou precisando dizer da beleza da vida porque me mostraram no último domingo que a dúvida pode cegar.
Ouvi dizer quase como a leitura de uma carta sobre a certeza do belo que para mim basta, ouvi dizer que a solidão afasta duas pessoas lado a lado pela fraqueza e medo de se amarrar.
Calei feito estatua ferida, que sentia a dor da flecha de um indio amado. A maldade da solidão e o seio que sangrava calado. O que dizer a franqueza exposta da ilusão?
As palavras e melodia de um forró tantas vezes me fizeram sentir mais feliz do que qualquer fluxetina seria capaz. Jamais precisei dos artificios, ou de um forte nó. Acontece que naquela noite eu descobri que o meu sonho mais puro tinha virado pó.
Eu entendi que a beleza de um rapaz pode ser sujada por meia duzia de feias palavras e que o meu sonho de menina pode desaparecer na neblina de poeira branca tão sorroteira de passar.
Se o livro pelas minhas mãos escrito era com letras de ouro, e bordado em cor alegre de inocencia, ele tinha também borrões de displicencia.
A mim foi sempre o amor que soubrou e bastou.
Sempre o amor me dopou, curou e alucionou. Jamais precisei sujar a felicidade, serei feliz no campo ou na cidade. Com joias de ouro, ou pulseiras de cordão.
Cabe verdade no meu peito de princesa e braço de peão. Mas juro que tantas verdades cheias de ilusão me fazem querer fechar os olhos para não aceitar que tanta beleza não passava de poeira nas suas mãos.
terça-feira, 5 de julho de 2011
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